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Centro Para Tratamento De Dependetes Químicos
Desta forma, pode-se inferir que os usuários de crack desta pesquisa apresentaram maiores pontuações na escala de motivação pelo fato de terem vivenciado prejuízos mais intensos nos diversos âmbitos de suas vidas. Provavelmente, esses prejuízos ocorreram tanto nos aspectos psicobiológicos, em virtude dos efeitos do crack no organismo, quanto nos aspectos interpessoais e sociais, posto que essa droga é atrelada à ilegalidade. De acordo com Kessler e Pechansky (2008), o crack é uma droga que possui um enorme poder de devastação e causa prejuízos mais rápidos e intensos que o álcool. Ad para a abstinência foi maior em sujeitos com comorbidades psiquiátricas, que se consultaram com o psiquiatra, e apresentaram menor gravidade na dependência do álcool e outras drogas e nas questões sociofamiliares (Marini, 2011).
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Assim, percebe-se um contraste entre as duas instituições, uma vez que o hospital psiquiátrico fornece um tratamento com base no modelo biomédico de saúde, priorizando o âmbito biológico do indivíduo. Por outro lado, as fazendas de recuperação apresentam uma concepção mais holística, numa perspectiva de contemplar o ser humano em sua totalidade. A partir dos resultados do presente estudo, pode-se inferir que esta forma mais humanizada de conceber o tratamento da dependência química favorece um nível mais elevado de motivação para a mudança. Para a maioria dos entrevistados do presente estudo, o abandono da droga aconteceu no momento da internação para o tratamento, mas alguns consideram que largar o vício é algo que procurarão fazer após o término do tratamento.
A definição da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre o que é a dependência química é bastante precisa para entender o quadro. Tomar a decisão de recorrer a esse suporte pode ser difícil, mas o tratamento de dependência química deve ser visto como uma oportunidade de resgate. Nesta fase, é fundamental que uma relação de confiança e empatia seja estabelecida entre todos os envolvidos no tratamento, desde médicos clínicos, psiquiatras, psicólogos e assistente social. O acompanhamento psicológico durante todo o tratamento para dependente químico é primordial para alcançar resultados mais satisfatórios. Por ser um processo desgastante tanto físico quanto psicologicamente, a determinação e o apoio social são fundamentais para que a pessoa tenha forças para finalizar o tratamento. Ela é caracterizada pelo consumo compulsivo e abusivo de substâncias químicas, como álcool e cocaína, que trazem consequências em todas as esferas da vida.
Com a TRE, após despertada a consciência sobre a doença, a ideia é que o indivíduo consiga problematizar alguns comportamentos, atitudes e crenças limitantes que o vício fez com que ele desenvolvesse. Mais ao início do texto, apontei os três principais fatores de risco da dependência química, que são os aspectos biológicos, psicológicos e sociais. Mais do que sintomas, a dependência química pode servir como uma potencializadora de outras doenças graves. Os sintomas apresentados por um dependente químico durante uma crise de abstinência variam conforme uma série de aspectos.
No entanto, o indivíduo ainda não se mobiliza para interromper o uso das substâncias. Essa decisão deve ser tomada, preferencialmente, pelo próprio dependente químico, ou então indicada por um conjunto de especialistas. A internação é feita em hospitais e clínicas especializadas, onde todos os pacientes recebem o suporte necessário para se reabilitarem. Porém, o que muitas pessoas não sabem é sobre a existência de soluções terapêuticas para o abuso das drogas. O tratamento para os dependentes deve ser personalizado, levando em consideração a individualidade e a necessidade de cada paciente. Pelo contrário, a negação da doença, medo do estigma social negativo e a falta de apoio de amigos e familiares são grandes entraves na busca do paciente pela reabilitação.

Percebe-se que a família é muito importante no tratamento e que esta pode ser fundamental para a recuperação dos drogaditos, uma vez que esses buscam também, através do tratamento e da recuperação, um bom relacionamento familiar e um bom convívio social. Porém, como foi visto anteriormente, para que haja uma boa reabilitação desse indivíduo na sociedade é fundamental que o mesmo tenha uma rede de apoio capaz de ajudá-lo a passar por essas modificações em sua vida. Ela é considerada a etapa mais crítica e importante, já que o paciente necessita de assistência médica por tempo determinado (geralmente por 24 horas), para a eliminação das drogas do seu organismo.
3088, de 23 de dezembro de 2011, instituiu a Rede de Atenção Psicossocial para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas, no âmbito do SUS. Dependência química é um problema crônico, que se caracteriza pela mudança no comportamento do indivíduo ao administrar determinada substância, como consequência, ele passa a se ver dominado por impulsos, cada vez mais recorrentes, para voltar a fazer uso da droga. Nesta fase, os problemas e prejuízos causados pela dependência química são vistos com mais clareza, assim como a aceitação de que uma mudança de comportamento é necessária. Na contemplação, ele começa a tomar consciência de que tem problemas com o consumo de drogas – entretanto, não se mobiliza na mudança de comportamento e atitude. Como vimos ao longo do texto, o suporte da equipe multidisciplinar e familiar é essencial nos tratamentos para dependentes químicos.
Assim, reconhecer o estágio motivacional em que o indivíduo se encontra pode auxiliar na forma de tratamento aplicada, visando à obtenção de resultados mais eficazes. O presente estudo investigou as percepções de usuários de drogas sobre o período de desintoxicação no hospital. Esta pesquisa mostrou o quanto o tratamento de desintoxicação é valorizado pelos usuários de drogas que fazem esse tratamento e pensar que essa valorização ajuda os mesmos a ter determinação em abandonar o vício.
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A dependência química é considerada um problema de saúde pública que vem crescendo na sociedade atual. Observa-se que os usuários de drogas, incluindo, de álcool e crack, possuem altos índices de recaídas, sendo a motivação um dos fatores importantes para o sucesso do tratamento. Nesse sentido, esta pesquisa teve como objetivo principal identificar os estágios de motivação para a mudança em usuários de álcool e crack institucionalizados. Foi realizada com 200 dependentes químicos, internados para tratamento em uma instituição hospitalar e em uma fazenda de recuperação. Como instrumentos, foram utilizados um questionário sociodemográfico e a escala URICA. Os dados foram submetidos a análises estatísticas descritivas e inferenciais por meio do software SPSS.
Orsi e Oliveira (2006) afirmam que é relevante conhecer dados como estes, acerca dos estágios motivacionais dos pacientes, para que as instituições de tratamento possam elaborar estratégias de terapêuticas adequadas. Tais estratégias devem ser focadas, primeiramente, nos pacientes que estão predominantemente no estágio de ação (como é de se esperar de indivíduos em tratamento). Mas devem contemplar também aqueles que, embora em tratamento, ainda não têm claro para si as razões para modificar o seu comportamento, isto é, que ainda estão na fase da pré-contemplação e contemplação, como os participantes do presente estudo.